As fantasias eróticas permeiam a imaginação e estimulam o sexo desde os tempos antigos. Já na primeira obra literária mitológica, a Epopeia de Gilgamesh escrita por volta de 2100 a.C. já possuía um contexto sexual fortíssimo.

O fetiche sexual foi usado pela primeira vez como termo pelo psicólogo Alfred Binet (1857-1911) em uma teoria contemporânea como resultado de um processo associativo.

Ele seria um efeito colateral duradouro de uma primeira impressão sexual, algo que surge nos primórdios da vida.

Depois, Richard von Kraft-Ebing (1840-1902) em seu livro de patologia sexual mudou esse conceito e relacionou o termo com a masturbação como componente chave para ela aparecer.

Envolvendo tendências hereditárias com impulsos inerentes a personalidade de cada um. Esse conceito foi mudando ao longo dos tempos influenciados por Freud, Henry Ellis, entre outros.

Fato é que os desejos e as fantasias sexuais permeiam entre o consciente e o inconsciente humano sem que o indivíduo tenha qualquer controle sobre eles como identificou Freud.

 

Fantasia nada mais é do que fantasia

Nem sempre o corpo humano se comporta da maneira que esperamos. O organismo trabalha a sua própria maneira independente da vontade da pessoa.

Com o cérebro não poderia ser diferente. Apesar do ser humano ser dotado de uma intelectualidade mais avançada que outros animais, o mundo da psique é um vasto oceano e a consciência é um mero ponto de luz.

Esse ponto de luz é aquilo que a consciência consegue identificar no meio de um oceano de pensamentos e sentimentos inerentes a própria natureza (do ser humano e do próprio órgão cerebral).

Portanto, uma fantasia sexual pode não representar nada se não uma mera fantasia. Isto é, nem sempre aquilo que se fantasia diz respeito a identidade construída pelo indivíduo.

 

Estudo

Para exemplificar melhor, um estudo realizado pela Universidade de New York sobre fantasias eróticas na década de 90 com um grupo de pessoas homossexuais e outro de pessoas heterossexuais revelou o que hoje é um consenso entre especialistas.

Entre as pessoas heterossexuais, imaginar relações sexuais homoafetivas ficaram entre a quarta e quinta principais. Já entre as pessoas homossexuais, fantasiar uma relação heterossexual foi a mais comum.

Esse exemplo pode se estender ao infinito. Fantasiar é normal e não necessariamente tenha qualquer lastro com a realidade, daí o próprio termo.

É preciso ter claro a linha que separa uma coisa da outra. E se houver o desejo de realizar alguma coisa, que seja sempre de forma responsável, segura e consensual.

 

Vários níveis de fantasias

Existem diversos níveis de fantasia, algumas podem ser benéficas e outras nem tanto. De maneira geral e excluindo as exceções, psiquiatras costumam dizer que durante o sexo entre um casal há no mínimo quatro pessoas.

Duas estão ali fisicamente e outras duas dentro de seus próprios pensamentos. Dentro dos pensamentos não há limites para a quantidade de pessoas que estão participando.

Mas as fantasias eróticas podem começar antes mesmo de chegarem aos finalmentes. A própria ideia que uma pessoa cria da outra pode ser (e em última análise sempre é) uma ilusão.

Então, não é nenhum absurdo dizer que há fantasias mesmo quando não se pensa em outra pessoa durante o sexo.

Por isso que se entregar aos impulsos das fantasias sexuais e dos desejos eróticos pode ser perigoso, o ideal é conciliar as vontades mais próximas daquilo que a identidade gosta e sente prazer.

Isso porque nem todas as fantasias são softs. A maior parte envolve algum tipo de violência e agressividade.

Ter esse tipo de pensamento é comum para a maioria das pessoas pelas mais diferentes razões e não seria diferente com o sexo, portanto é preciso um exame de consciência para determinar se aquela fantasia é benéfica e se é realizável.