Depois da gestação, manter uma vida sexual ativa pode ser desafiadora em vários sentidos. Segundo o psiquiatra do hospital presbiteriano de Nova Iorque, Gail Saltz, os recém nascidos acabam com o clima e o sexo.

Retomar algo que ocorria de forma natural antes da gravidez é o desafio de muitos casais. O psiquiatra Saltz também é terapeuta sexual e escreveu um livro em como o sexo pode melhorar a vida.

Antes de começar a pensar em retomar a vida sexual, é preciso ter certeza que o corpo está preparado para tal. Após o parto, o corpo entra em período de resguardo.

Fazer sexo de forma precipitada pode deixar a mulher suscetível a ter infecções, considerando um parto normal. Quem passa por cesariana precisa de um tempo maior de recuperação e ter que ficar sem sexo por períodos maiores.

 

Falta de sono é um obstáculo

Um dos maiores obstáculos é a falta de sono acompanhada de fadiga e a preocupação com os cuidados com o bebê.

Por vários meses, os recém nascidos precisam ser alimentados regularmente em intervalos de duas a três horas.

 

Ajuda e conversa

Segundo o médico e terapeuta Saltz, essa questão pode ser contornada com conversa e ajuda. Por exemplo, pedir tempo para tirar cochilos delegando os cuidados com o bebê por algumas horas ou reservando a manhã para fazer sexo depois de uma noite de sono completa. Nesses momentos ajuda de parentes e profissionais são bem-vindos, se isso for possível.

Após dar à luz, o estrogênio cai drasticamente o que causa falta de lubrificação fazendo com o sexo seja menos prazeroso ou até doloroso.

 

Uso de lubrificantes

Esse problema pode persistir após parar de amamentar, por isso o indicado é usar um lubrificante para reduzir a irritação, segundo a ginecologista obstetra Elisa Ross de Cleveland.

 

Cuidados

Além disso, essas mudanças hormonais podem resultar em depressão pós parto com sentimento de tristeza, ansiedade e irritabilidade, por exemplo. Isso também pode interferir na vida sexual e persistir por semanas e meses. Neste caso, é preciso conversar com um médico e buscar um tratamento.

 

Amamentação e ajuda com lingeries

A amamentação também pode interferir na vida sexual, o constante estímulo pode causar uma sensibilidade extra e a mulher pode não querer ser tocada nos seios. Se este for o caso, recomenda-se manter a lingerie durante o sexo, segundo Ross.

Em adição a isso, é comum que a pessoa se sinta uma máquina de amamentação o que pode causar sentimentos controversos quanto ao desejo sexual e eles serem deixados de lado.

Além disso, as mudanças corporais acabam afetando a autoestima e ter impacto negativo na vida sexual. Neste momento, a ajuda é bem-vinda para tentar recuperar o corpo antes da gestação, pedindo para ter mais tempo para fazer exercícios, preparar comidas saudáveis e até mesmo comprar lingeries sexy, sugere a ginecologista obstetra.

Já para recuperar o tônus muscular intravaginal, os exercícios Kegel são uma solução para curar a região. No entanto, muitas vezes, a falta de desejo após gravidez tem outras causas, se não as físicas.

Pode ser que seja o momento para rever pontos do relacionamento que precisam ser mudados. Por isso, é preciso fazer questionamentos internos sobre o tema.

Um sentimento comum nessa fase é o fato da pessoa se sentir deixada de lado, pois a responsabilidade pela amamentação e cuidados com trocas de fraldas recai sobre as mães, enquanto o parceiro/a fica livre para sair e interagir com outros adultos, ele tem mais tempo livre.

 

Alternativas

Se houver dificuldade de comunicação para resolver este problema, a dica é procurar um intermediador, além de explorar novas alternativas, como sexo oral e massagens eróticas para estimular a intimidade.

Segundo Saltz, sexo não dever ser tratado apenas como penetração e mesmo que não exista sentimento de sensualidade e erotismo, é importante continuar com carinhos, beijos e abraços.

Após o primeiro ano que é mais conturbado, os pais poderão perceber que o sexo não fluirá mais como antes, mas existem formas de contornar essas dificuldades e aceitar a realidade nova.