Vamos falar mais sobre orgasmo?


Atingir o clímax do prazer durante o sexo vai muito além do contato físico. O cérebro e os hormônios fazem a maior parte do trabalho. Entenda mais sobre isso.


O sexo é algo natural – é uma estratégia de sobrevivência da espécie –, mas falar sobre orgasmo publicamente ainda causa um certo incômodo para os não acostumados. Para começar essa conversa, é preciso entender que o orgasmo vai muito além do sexo por si só, e a ciência pode ajudar a explicá-lo. Atingir o ápice do prazer só é possível com a combinação do físico e do psíquico. Pode parecer algo complexo, difícil de atingir, mas na prática é mais simples; a partir do momento em que se entende o que passa no seu corpo durante esse momento de êxtase, fica mais fácil conduzi-lo no caminho certo. 

Afinal, o que acontece no cérebro quando temos um orgasmo?

O orgasmo é apenas uma das etapas da resposta sexual humana. Em resumo, nossa interação sexual está dividida da seguinte forma: 



  1. Desejo;
  2. Excitação;
  3. Orgasmo;
  4. Resolução.


Como grande parte dos estudos sobre sexualidade, esse modelo clássico é baseado na resposta sexual masculina. E embora essas etapas não se restrinjam aos homens, mulheres podem apresentar uma variação nessa resposta, além de sentirem uma interferência muito maior do restante do ambiente na resposta sexual da excitação, etapa importantíssima para alcançar o orgasmo – o que ajuda a entender por que 67% das brasileiras têm dificuldades para se excitar, de acordo com um estudo do Departamento de Transtornos Sexuais Dolorosos Femininos da Universidade de São Paulo (USP), realizado em 2017. 

Outra preocupação muito frequente que pode roubar o foco do prazer é a insegurança com o próprio corpo durante o sexo, que afeta muito mais as mulheres do que os homens. Tem muito a ver com a nossa cultura machista, centrada no prazer masculino. A mulher pode sentir dúvidas sobre o seu peso, a estética geral do seu corpo, relacionadas à forma e ao odor natural da sua vagina. Isso foi construído há décadas na mente feminina, sendo quase uma resposta involuntária. 

Por isso resolvemos abordar este assunto por aqui, pra que se entenda a importância do orgasmo em nossas vidas e para contribuir com a quebra de paradigmas que envolvem o tema, não importa se você tem um parceiro, parceira ou se está sozinho(a), existem diversos acessórios eróticos, como vibradores, brinquedos sexuais e masturbadores que podem contribuir para que você tenha orgasmos muito melhores!

 

Onde nasce o desejo


Boa parte da “química” do orgasmo se dá no sistema nervoso central (SNC), localizado no cérebro. O destaque vai para os sistemas límbico, hipotalâmico e neocórtex, que são os responsáveis pela explosão de sensações no corpo durante o sexo. Isso, é claro, se forem estimulados corretamente. Mas atenção: quando falamos de sexo, não existe estímulo correto, mas sim o estímulo que funciona para cada indivíduo. Ou seja, seguir uma fórmula dificilmente funciona, o importante é explorar e se conhecer cada vez melhor.


Além dos neurotransmissores, alguns hormônios também influenciam a resposta sexual, como estrógenos, progesterona, prolactina, testosterona, e outros. 

 

A excitação


A excitação tem marcações físicas muito características. É nessa fase que o cérebro entende que há um estímulo acontecendo e prepara o corpo para reagir a isso. Temos, então, a vasocongestão – um acúmulo do sangue na região genital –, responsável pela ereção do pênis e do clitóris, além

 da lubrificação da vagina. Junto a isso iniciam-se as contrações musculares localizadas, que fazem parte da excitação. Elas são chamadas de miotomia e podem ser percebidas na região genital e extragenital. 

As preliminares costumam fazer parte dessa etapa, mas estimular o parceiro ou parceira não precisa se resumir ao toque físico. É possível explorar os sentidos olfativos, gustativos, visuais e muito mais.

Em pessoas que tiveram o órgão genital removido ou ferido, o cérebro pode criar novos caminhos para o prazer que não envolvam os órgãos sexuais. Ele pode remapear os sentidos para que a pessoa possa experimentar sensações orgásmicas em outras partes do corpo, por exemplo, através da estimulação da pele do braço ou mamilos. 

Orgasmo 


Desejo correspondido, excitação estimulada, agora é a hora dele; o orgasmo. Fisicamente falando, o orgasmo é o momento em que tanto o processo de vasocongestão quanto da miotonia atingem o seu ápice. Elas são claramente percebidas, acompanhadas de uma intensa sensação de prazer. Em seguida vem o relaxamento, que é a resolução,

Nessa hora, o cérebro libera todos aqueles neurotransmissores e hormônios que falamos acima em maiores quantidades. Com essa onda química, há a sensação extrema de bem-estar, o orgasmo em si. 

Através de pesquisas descobriu-se que o córtex sensitivo genital, as áreas motoras, o hipotálamo e o tálamo se ativam durante o orgasmo. Enquanto o tálamo ajuda a integrar informações sobre o toque e movimentos associados, o hipotálamo produz a ocitocina, que pode ajudar a coordenar o cérebro a liberar uma onda de dopamina. Não é à toa que ter um orgasmo estimula o cérebro da mesma forma que usar drogas ou ouvir a sua música favorita.”

 

Sexo prazeroso nem sempre é sinônimo de orgasmo


Com a combinação entre uma cultura ainda pouco aberta para discutir abertamente sobre sexo de maneira saudável, uma educação sexual precária e os traços machistas que por anos insinuaram que o prazer pertence a apenas um gênero, não é de se espantar que o imaginário popular esteja recheado de equívocos relacionados à prática e ao comportamento sexual. 

Um deles é a ideia de que uma experiência sexual só é positiva e prazerosa quando se atinge o orgasmo. Gozar é bom, mas não é tudo. É possível ser feliz durante todo o caminho até o auge do prazer. 

O ato sexual também é uma expressão de quem nós somos e de como nos permitimos ter prazer na vida. Ou seja, um ato sexual pode ser excitante e prazeroso e não necessariamente ter o orgasmo. Quando a pessoa compreende que o ato sexual vai além do orgasmo, ela também vai compreender muitos benefícios do sexo.

E quais são os benefícios?

Se o sexo ativa diferentes mecanismos do nosso organismo, seus benefícios seguem pelo mesmo caminho. Os benefícios de uma vida sexual saudável vão desde o humor melhorado até a proteção do sistema imunológico. 

A serotonina pode ajudar a regular o humor e o apetite. Já a ocitocina traz relaxamento e a sensação de segurança, o que ajuda a diminuir a ansiedade. A endorfina, por sua vez, pode ajudar no alívio de dores em geral com sua ação analgésica. Além disso, o sexo é extremamente importante para a imaginação, porque ele trabalha a forma como a gente se relaciona com a nossa própria fantasia e mundo interior, como nos comunicamos com as pessoas, etc.

Há também benefícios físicos. “O assoalho pélvico, por exemplo, se contrai junto aos músculos, o que gera um gasto energético semelhante à prática de exercícios e estimula o sono reparador. 

 

Sexo e menstruação


Apesar de ainda ser considerado polêmico por algumas pessoas, o sexo durante a menstruação não é contraindicado. A prática é benéfica quando realizada com segurança, já que o contato com o sangue pode facilitar a transmissão de infecções sexualmente transmissíveis (IST) – é possível contornar isso com o uso da camisinha ou do disco menstrual, um tipo de coletor desenvolvido justamente para a prática sexual.

Durante a menstruação, a sensibilidade genital aumenta, o que facilita a chegada ao orgasmo. E não para por aí, outro benefício é o alívio das cólicas menstruais. A cólica acontece quando o útero se contrai para expelir o sangue menstrual e, curiosamente, durante o orgasmo ele também se contrai antes de relaxar. O que melhora a dor é o efeito relaxante e analgésico do orgasmo somado ao aumento de fluxo sanguíneo na região pélvica e a liberação de hormônios de prazer.

 

Dor e prazer


As áreas responsáveis por enviar sinais de dor e de prazer ao resto do corpo ficam bem próximas no cérebro. Por isso, é comum que algumas pessoas sintam prazer em práticas como puxões de cabelo e tapas durante o sexo, o que não as torna aceitáveis fora desse contexto. 

Agora, se a dor é uma constante no sexo, de forma que dificulta ou impede o prazer – ou até mesmo a prática sexual em si –, o ideal é procurar um especialista e investigar. As causas das disfunções sexuais, tanto em homens quanto em mulheres, podem estar associadas a diversas motivações biológicas ou psicológicas. A boa notícia é que, com o acompanhamento profissional correto, é possível desenvolver uma vida sexual saudável satisfatória. 




No assunto de hoje nos aprofundamos mais nos motivos, reações e consequências internas que contribuem para que se atinja o orgasmo. Afinal isso é muito importante na vida de qualquer um(ou pelo menos deveria ser). Reiteramos aqui o que sempre dizemos, não existem regras no sexo, a regra é sentir prazer. Por isso recomendamos que você explora bem as tantas opções de acessórios, brinquedos, fantasias, cosméticos e vibradores em nossa loja! 

Gostou do conteúdo? Tem alguma informação que tenha ficado de fora? Entre em contato conosco, será um prazer conversar com você!